Lembro-me daquela noite como se fosse ontem.
Me lembro dos seus braços me envolvendo, me erguendo e me levando. Lembro dos seus olhos claros, parecia quem tinham luz própria, uma luz azul que emanava e me iluminava por inteiro. Seu hálito, próximo a mim, me indicava que seus lábios estavam muito perto dos meus. Lembro também de certas palavras sussurradas no meu ouvido... e do arrepio que as seguiu.
Mas me lembro também (e disso eu gostaria muito de me esquecer) das duas palavras que eu mais usei naquela noite:
"Não posso."
Sua frustração foi aparente. Desculpa.
Naquela noite, mesmo eu querendo, parecia tão arreado.
Senti a amargura do arrependimento. Ah! Como eu quis que aquela noite voltasse!
Logo depois, mais duas palavras... como dizer? Me balançaram muito mais do que arrependimento anterior:
"Estou namorando."
Uau.
Acho até que meu desapontamento foi óbvio, não consegui escondê-lo. Mas, se você havia ficado feliz com aquilo, acho que tudo bem.
Meus olhos vertiam rios quando ninguém estava olhando. Sua voz, seus olhos, seu hálito permaneciam na minha cabeça, marcas queimadas a ferro e fogo.
Aquela noite não volta. Mas eu ainda tenho um fio de esperança. Bem fino, para ser sincero, mas tenho. Esperança de que um dia nos veremos de novo. E faremos certo o que naquela noite parecia tão errado.
Rafael Carvalho.
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