"Sou o que sou, e não o que a sociedade espera de mim. Posso ser chamado de louco por isso, mas somente os loucos são realmente felizes dentro da sua sabedoria."

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Fogo

Na esperança de que aquele tempo que foi tão bom voltasse um dia, ele ainda guardava a cartinha que ganhou e que lhe arrancou muitas lágrimas de felicidade na época. Aquele pedaço de papel para muitos não era nada além de uma folha simples escrita numa letra feia, mas para ele tinha um significado todo especial, toda uma história. História essa que não teve o final esperado, e por isso o pedaço de papel assumia outro papel: o de lhe lembrar do que foi e do que poderia ter sido.
Sempre que ele lembrava do papel tinha esses pensamentos tristes.
E foi então que tomou uma decisão. Pegou a carta, molhou-a com um pouco de álcool e jogou um fósforo aceso em cima dela. No mesmo instante, todo o papel ardeu em chamas. Em poucos segundos, a folha já começava a ficar mais e mais negra. Algumas palavras ainda podiam ser lidas no centro da carta, mas logo elas também foram consumidas pelo calor.
E todo aquele sentimento ruim que pesava sobre ele pareceu queimar junto com o papel e se dissolver junto com a fumaça.
Sentia-se livre novamente. Agora, quando se lembrava da cartinha, já não pensava mais nas coisas de antes. Pensava apenas no fogo. Afinal, tudo não passou disso: fogo. Ardeu, e então se extinguiu. E só isso.

Um comentário:

  1. Gordo,

    Adorei o texto e achei que vc matou a pau com este final magnífico : Afinal, tudo não passou disso: fogo. Ardeu, e então se extinguiu. E só isso.

    Demaaais! verdadeiro demais!

    Um beijo, querido!

    ResponderExcluir